O SISTEMA DIGESTIVO E A DOENÇA DE PARKISON
A doença de Parkison é um mal neurodegenerativo, ou seja, quando há a destruição de células neurais situadas numa região denominada substância negra, do mesencéfalo.
Esses neurônios possuem o encargo de produzir dopamina, que é um neurotransmissor responsável por conduzir informações do cérebro para o restante do organismo, provocando sensações de motivação, prazer e satisfação.
Já a substância negra tem a atribuição de controlar os movimentos do corpo, além de estar associada às funções cognitivas e emocionais, referentes à atividade límbica, bem como, ao sistema de recompensa.
Consequentemente à redução dessas células dopaminérgicas, haverá distúrbios de locomoção, causando rigidez/aumento do tonus muscular, bradicinesia e hipocinesia, respectivamente lentificação e diminuição dos movimentos, além de tremores e acinesia, que é a ausência de mobilidade.
Entretanto, diversos sintomas podem surgir como alterações no sono, no trato urinário, constipação, depressão e ansiedade dentre outros.
Normalmente, o mal de Parkison é acometido em pessoas com idade superior aos 50 anos, aumentando a prevalência conforme a idade for avançando.
Embora a causa exata dessa doença ainda seja desconhecida, cogita-se que seja oriunda da combinação de vários fatores, como: exposição tóxica, herança genética, fatores ambientais e alterações no processo de envelhecimento, além do consumo de álcool e tabaco.
Todavia, recentes descobertas (USP/2011 e JAMA network open - USA/2024) apontam para um novo motivo de sua origem; distúrbios intestinais a longo prazo.
As pesquisas concluiram que, antes da doença surgir no cérebro, órgãos periféricos como estômago, intestino e bexiga haviam sido afetados.
Sintomas gastrointestinais como náuseas e constipação e outras complicações por longos períodos foram apontados como precursores da doença neurodegenerativa. Geralmente ocasionados por infestação da bactéria H.Pylori, doenças do refluxo gastroesofágico e uso de anti -inflamatórios não esteroídes (AINEs).
Segundo os dados, a probabilidade do desenvolvimento da doença é maior, cerca de 76%, em pessoas com distúrbios no trato gastrointestinal, especialmente se houver predisposição genética para o Parkison, em comparação àquelas sem dano no sistema digestivo. (JAMA network open - USA/2024).
Os estudos apenas ajudam a esclarecer, embora não sejam diagnósticos prévios para a aquisição da enfermidade, de como o mal de Parkison pode se desenvolver, sugerindo a importância de vigilância e acompanhamento em pessoas com danos intestinais, especialmente se tiverem histórico familiar para a doença neurodegenerativa.
Por L.Rachel
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