TRAUMAS INFANTIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS
O que o seu comportamento na fase adulta tem haver com traumas infantis não tratados?
"A infância é um chão que pisamos a vida inteira" - Lya Luft
Um estudo recente realizado pela Universidade da Califórnia-Los Angeles (UCLA HEALTH) mostrou que efeitos estressores infantis podem desencadear mais de 20 tipos de doenças graves ao longo da vida.
Há diferenças significativas entre os sexos. Mulheres que passaram por eventos traumáticos apresentaram maior vulnerabilidade a inflamações e distúrbios metabólicos. Já os homens mostraram mais problemas cardiovasculares e comportamentais.
Essas diferenças são atribuídas a fatores biológicos, hormonais e sociais que modulam como o corpo lida com o estresse durante a idade infantil.
"Nem teus piores inimigos podem fazer tanto dano, como teus próprios pensamentos" - Buda
Gritos, agressões, assistir cenas assustadoras ou indecentes em vídeos ou presenciá - las, ausência afetiva/emocional de pais ou cuidadores marcam o cérebro de uma criança, sem que percebam.
Os sintomas dos traumas armazenados no inconsciente se apresentarão mais tarde, em formas de doenças mentais, físicas/somatização, vícios em substâncias químicas, álcool, jogos, pornografia ou transtornos comportamentais e por vez, na criminalidade.
HÁ CRIANÇAS FERIDAS EM ADULTOS DIFÍCEIS
Traumas infantis não supervisionados com o devido tratamento, moldarão inconscientemente o cérebro, repercutindo nas emoções do indivíduo, que posteriormente resultarão em comportamentos inadequados na fase adulta.
CRENÇAS LIMITANTES ESCONDIDAS NO INCONSCIENTE
Todos nós temos uma criança interior. Na psicanálise, significa dizer que constitui-se na soma de todas as experiências e memórias que acumulamos no período infantil que influenciam ou repercutem nas ações e decisões no cotidiano.
A ideia de que quando criança, para ser amada e aceita pelos pais ou cuidadores era necessário agradá-los e não dar trabalho para os mesmos, era produzida pelo medo da incompreensão, rejeição ou abandono dos pais ou cuidadores, caso houvesse desobediência.
Todavia, quando a criança chega na fase adulta, essa crença ainda permanece viva no inconsciente, modulando decisões que podem ser prejudiciais causando por exemplo; a dependência emocional.
Um adulto com dependência emocional terá as mesmas ideias infantis, por vezes, sem que perceba, porém, direcionadas a todos do seu convívio, e não mais apenas aos pais ou cuidadores.
Dependentes emocionais possuem baixo autoestima, sentimentos de inferioridade, sentem a necessidade de explicar-se em demasia, pedem desculpas constantemente, têm medo do abandono ou rejeição do parceiro(a) ou pessoas mais próximas, possuem dificuldades em dizer "não" e de estabelecerem limites, exageram na defesa, ficam em pânico quando não são compreendidos, se permitem se sentirem mal a fim de deixarem os outros confortáveis, dentre outras situações prejudiciais.
"O trauma infelizmente é um fato da vida. Entretanto, não tem que ser uma sentença de prisão perpétua"
Crenças limitantes produzidas por traumas não são descobertas e extintas sem o autoconhecimento, que resultará no autocontrole. A necessidade de buscar tratamento específico se faz necessária, o quanto antes, para uma vida saudável e feliz.
E lembre-se: um trauma só "deixa de existir" quando ele é ressignificado. Na verdade, continuará existindo, mas com uma nova roupagem, sem mais o potencial anterior de causar dor ou sofrimento.
Por L.Rachel
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