CÉREBRO DINÂMICO: A PLASTICIDADE NEURAL
Diferentemente do que se acreditava antigamente, com o avanço da ciência, descobriu-se que é possível a transformação na estrutura física e funcional do cérebro, ou seja, há constantes alterações fisiológicas no sistema nervoso ao longo da vida, frente aos mais diversos tipos de circunstâncias. Logo, o nosso cérebro não é estático.
Esse processo é chamado de plasticidade neural, resultado da adaptação a mudanças ambientais, decorrentes de traumas neurológicos e/ou emocionais, aprendizagem, prática de exercícios físicos, alimentação, meditação e etc.
Apesar de ser um processo neuroquímico, a neuroplasticidade (capacidade de organização e reestruturação do cérebro), permite a inovação de hábitos, modificando pensamentos, consequentemente, repercutindo nos comportamentos.
Todavia, o feto, desde a sua formação, está sujeito a influências de seu ambiente, que no caso é sua genitora. Portanto, assim como alimenta-se por intermédio dela, emoções boas ou ruins também lhe são transmitidas, a ponto de repercutirem em sua personalidade.
Experiências emocionais vividas até os 06 a 07 anos, aproximadamente, se tornam a principal programação do inconsciente, ressoando na personalidade do infante e moldando seu estilo de vida.
Portanto, a ciência indica que ao menos, até esse período, parte da personalidade do agente já foi formada, tendo como base, todo o conteúdo armazenado, quer seja agradável ou perverso, juntamente à contribuições de predisposições genéticas e influências externas.
Por meio desse arcabouço, originam-se as crenças limitantes, que possivelmente conduzirão a vida do indivíduo, sem que ao menos perceba.
Por sua vez, as memórias limitantes acarretam a metáfora da criança interior (ciclos repetitivos, sentimentos de inferioridade, ansiedade, procrastinação, dependência emocional, vitimismo etc).
Já nascemos com a capacidade de aprender e se moldar conforme às circunstâncias as quais estamos submetidos. Não é a toa que somos seres sociais e precisamos da sociabilidade para um bom desenvolvimento físico e mental.
Entretanto, durante as fases sensíveis da vida (infância e adolescência), embora não seja uma sentença definitiva, mas, desfechos negativos podem não apenas inferir em psicopatologias, todavia também, em disfunções cognitivas, prejudicando a aprendizagem, raciocínio, tomada de decisões e capacidade de adaptação ao ambiente, bem como o sistema emocional.
No período da infância e juventude, áreas importantes do cérebro ainda não estão concluídas, especialmente o sistema límbico e o córtex pré-frontal (funções: emoções e raciocínio) respectivamente.
Essas etapas são extremamente importantes na organização neural e nas alterações que afetam drasticamente a formação de nossa identidade.
E, segundo a neurociência, o cérebro só estará maduro, aproximadamente dos 24-26 anos de idade.
Por isso é tão importante o desenvolvimento do autoconhecimento, a fim de que efeitos negativos não sejam transferidos para os descendentes, inclusive, via DNA pelo seus genitores, causando-lhes distúrbios físicos e emocionais.
Contudo, mesmo na condição de um adulto, há solução para uma vida pautada por opiniões e pensamentos limitantes. Há ainda cura, para a crítica interna, e ela se dá através do autodesenvolvimento, com a persistência nas mudanças necessárias.
Por L. Rachel
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