DEPENDÊNCIA EMOCIONAL: QUANDO A IDENTIDADE É PERDIDA


"Nada é tão perigoso para o ser humano do que esquecer quem ele é. Se você se esquecer de quem realmente é, os outros irão te transformar naquilo que eles querem que você seja"


Podemos considerar atualmente, como um mal do século, a dependência emocional.

Diversos fatores contribuem para o surgimento, como traumas, abusos, experiências negativas, abandono ou rejeição no passado do indivíduo, especialmente, nos períodos sensíveis da vida, como infância e adolescência, onde ainda o cérebro emocional e racional estão em desenvolvimento.


Tratando-se de adultos que tiveram uma infância com pais super protetores, Carl Jung cita: "Um indivíduo é infantil porque se libertou insuficientemente ou não se libertou do ambiente da infância, isto é, da adaptação aos pais, razão porque reage perante o mundo como uma criança perante aos pais, sempre exigindo amor e recompensa afetiva imediata, (...) ele não é capaz de viver com ele mesmo e encontrar sua própria personalidade". Símbolos da transformação.

E nesse caso, não que seja errado, exigir afetividade, para manter um vínculo saudável, pelo contrário, isso é autocuidado. Todavia, perder-se a ponto de não ser mais capaz de assumir as "rédeas da própria vida", atribuindo ao outro, uma responsabilidade pessoal de bem estar, e demonstrar impaciência ao demorar em momentos consigo mesmo, pode se tornar doentio.

A carência afetiva é comumente presente em relacionamentos amorosos. Todavia, pode abordar relações de amizade e no ambiente de trabalho.

A autoestima baixa, sentimento de inferioridade, medo e insegurança da rejeição e abandono, causam uma sensação de insatisfação, ansiedade e vazio interno. Portanto, o indivíduo nesse padrão de comportamento, deixa de assumir o controle de sua própria vida, depositando no outro, a incumbência de fazê-lo se sentir bem e feliz.

Por outro lado, por existir a necessidade constante de agrado e reconhecimento pelo outro, em razão da vontade de ser visto, aceito e valorizado, tende a ser prisioneiro em relacionamentos tóxicos, sujeito à violência física, psicológica, financeira e patrimonial, já que, se tornou refém de migalhas de afeto e atenção, para não ser esquecido. Logo, a dependência emocional idealiza e perfecciona pessoas, criando afetos imaginários. 


Desejo pelo domínio do parceiro, familiar, amigo, colega de equipe, ciúmes excessivos, incapacidade de permanecer sozinho por longo período, causada pela ansiedade, dificuldades de impor limites nas relações, dependência do outro, para a tomada de decisões pessoais, são exemplos dessa condição problemática.

O controle emocional pode ser resgatado através de psicoterapia, e com o uso de medicamentos, em último caso. Entender que o outro não deve ser responsável pela nossa felicidade, é indispensável para uma vida de paz. Tudo o que precisamos dele para nos sentirmos bem, já se encontra dentro de nós.


Por L. Rachel 






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